O aumento do custo da energia elétrica somado à despesa bilionária de resto a pagar de 2014, provocou um desarranjo avaliado, até a metade deste ano, em R$ 10 bilhões no fluxo de caixa das distribuidoras. A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) informou que esse valor é pelo menos 10 vezes maior do que a despesa normalmente carregada pelo setor, por volta de R$ 800 milhões.
De acordo com o jornal "O Estado de São Paulo" desta quinta-feira (1º), os R$ 10 bilhões serão incorporados futuramente nas revisões tarifárias das distribuidoras de energia.
Para o presidente da Abradee, Nelson Fonseca Leite, o “tarifaço” de energia ocorrido neste ano não foi suficiente para equilibrar as contas das distribuidoras. “O setor está suportando um custo da ordem de 100% do Ebitda (sigla em inglês para Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), quando o normal é o carregamento em torno de 6% a 8% do Ebitda, algo como R$ 800 milhões por ano”, afirmou.
Fonseca explicou ontem (30), no 10º Congresso Internacional do Direito da Energia, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que neste ano houve o impacto da alta do dólar sobre a tarifa de Itaipu e o efeito provocado pela conta bandeiras, por exemplo.
Além disso, a Abradee indicou que há um residual de valor a pagar de 2014 que soma R$ 2,5 bilhões. Ainda segundo a reportagem, desde julho passado, mais de 30 distribuidoras atuam sem qualquer proteção legal, uma vez que os contratos de concessão estão encerrados.