A Polícia Federal intimou o ex-assessor especial da Casa Civil, Charles Capella de Abreu, a prestar depoimento nesta quinta-feira (12). Ele é investigado por conta de uma suposta propina de R$ 2 milhões que teria recebido do doleiro Alberto Youssef para a campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff, em 2010. As informações são de reportagem desta quarta-feira (11) do jornal "O Estado de S. Paulo".
Segundo a publicação, em delação premiada o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, afirmou aos investigadores da Operação Lava-Jato que ouviu do doleiro Youssef e do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que Charles atuava como arrecadador financeiro da campanha de Dilma. O pagamento teria sido feito a pedido do ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, que à época era coordenador da campanha presidencial petista.
Baiano disse ainda que testemunhou, no cárcere, conversas de petistas sobre transferência de valores para a campanha de Dilma Rousseff. De acordo com ele, o doleiro Youssef teria confirmado que deu o dinheiro a um emissário.
“Alberto Youssef disse que fez uma entrega de R$ 2 milhões, em valores em espécie, a pedido de Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras), em um hotel em São Paulo, a uma pessoa desconhecida em apartamento indicado por Paulo Roberto”, declarou Baiano, no dia 15 de setembro.
“De acordo com Alberto Youssef, essa entrega possivelmente se refere a essa doação de campanha”, completou o delator.