Em gravação, senador preso comenta sobre um acordo entre o prefeito do Rio e Romário; suposta conta do ex-jogador na Suíça também foi citada.
Em julho deste ano, a revista "Veja" publicou um extrato bancário de uma suposta conta do ex-jogador e atual senador pelo estado do Rio de Janeiro, Romário (PSB) na Suíça. Na época, Romário foi ao país europeu e afirmou que, após conversar com o banco, o extrato era falso. O banco suíço, posteriormente, confirmou a versão do senador fluminense, desmentindo a reportagem da "Veja". Todavia, na conversa gravada entre o senador petista Delcídio Amaral e o advogado de Néstor Cerveró, Edson Ribeiro, que aconteceu no início de novembro, revelada ontem (25), e que levou a Polícia Federal a prender o senador petista, um advogado e o banqueiro André Esteves da BTG Pactual -, o segundo (o advogado) disse que Romário teria mesmo a conta na Suíça. Mas que teria retirado para não ser preso.
Foto tirada após a reunião entre Romário, Paes,
Delcídio e Pedro Paulo
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Na conversa gravada, Delcídio diz que recebeu em seu gabinete no Senado o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes, Pedro Paulo Carvalho, e Romário no dia 4 de novembro. O primeiro à esquerda na foto é o senador do Espírito Santo, Ricardo Ferraço.
Quando se junta o diálogo com a fotografia, o que se depreende da situação é que os presentes falaram de um "acordo" político que teria sido feito entre o prefeito do Rio e Romário (ele [Romário] desistiria de sua candidatura à prefeitura da capital fluminense e apoiaria o candidato de Paes) "em função" da conta do ex-craque no banco suíço - comprado em 2014 pelo BTG Pactual, de André Esteves.
Quando se junta o diálogo com a fotografia, o que se depreende da situação é que os presentes falaram de um "acordo" político que teria sido feito entre o prefeito do Rio e Romário (ele [Romário] desistiria de sua candidatura à prefeitura da capital fluminense e apoiaria o candidato de Paes) "em função" da conta do ex-craque no banco suíço - comprado em 2014 pelo BTG Pactual, de André Esteves.
A gravação
O áudio é de uma conversa entre Delcídio, Edson Ribeiro e Bernardo Cerveró (filho de Nestor). O senador tenta um acordo para Nestor não fechar delação premiada com o Ministério Público Federal sobre desvios na Petrobras, além de planejarem a fuga de Cerveró para a Espanha.
Leia a o trecho da conversa em que Delcídio cita Romário, Paes e Pedro Paulo:
DELCÍDIO DO AMARAL- Diz o Eduardo que fez.
RIBEIRO- Tranquilo. Foi Suíça.
DELCÍDIO - Foi?
RIBEIRO - Tinha conta realmente do Romário.
BERNARDO CERVERÓ - Tinha essa conta?
DELCÍDIO - E em função disso fizeram acordo.
RIBEIRO - Tinha dinheiro no banco que foi encontrado. Tira, senão você vai preso.
DELCÍDIO - O que eu achei estranho foi ele (Eduardo Paes) Eu disse: Romário, o que você está fazendo aqui? E ele me disse: Eu estou acompanhando o Eduardo.
RIBEIRO - Esquisito né? Essa é a informação que me deram.
DELCÍDIO - (Com) o Eduardo eu tenho intimidade, principalmente na CPI dos Correios (presidida por ele, tendo Paes de sub-relator). Ele era meu braço direito na CPI. Ele me disse - Não Delcídio. Eu chamei o Romário, disse na frente do Romário, nós acertamos uma aliança para o Romário apoiar o Pedro Paulo (candidato de Paes a sua sucessão na prefeitura do Rio de Janeiro) Mas tem esse motivo é? Não é possível o que aconteceu. Quando eles chegaram eu disse: -O que vocês estão fazendo aqui, juntos? Daí o Eduardo explicou que fizeram uma composição. Daí eu fui fazer uma foto e eles fizeram juntos com as mãos.