De acordo com a publicação, as consequências da queda da produção de carros, máquinas, roupas e calçados são desemprego e menos investimentos no país. Só até novembro deste ano, o desemprego já chegou a 7,5%, comparado com os 4,8% do mesmo período do ano passado.
A pedido do jornal, a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, calculou o custo da recessão, com base na queda média de 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) prevista por analistas de mercado. Para ela, a recessão de 2015 já era praticamente certa, por conta de todos os erros de política econômica em 2014.
Ainda assim, a situação pode se agravar ainda mais em 2016, segundo Latif, já que o governo não conseguiu realizar o seu ajuste fiscal e o Brasil já perdeu o selo de bom pagador de duas agências de classificação de risco: Standard & Poor’s e Fitch.
“É como o paciente com câncer que interrompe a terapia antes da cura e fica ainda mais frágil. No ano que vem, a situação pode ser ainda pior”, disse a economista à Folha.
A expectativa dos analistas é que a recessão de 2015 contamine 2016. A aposta é de queda de 2,8% no PIB. Caso a previsão se confirme, serão mais uma centena de bilhões de reais perdidos.
