sábado, 9 de abril de 2016

Delação premiada de executivos da Andrade Gutierrez complica situação de Dilma na Justiça Eleitoral

Planilha entregue pela empreiteira à PF, traz a relação de doações feitas para as campanhas da presidente.


As delações premiadas de executivos da Andrade Gutierrez complicam a situação da presidente Dilma Rousseff (PT) não apenas no Congresso Nacional, onde enfrenta processo de impeachment, mas também na Justiça Eleitoral. Como o ex-presidente da empreiteira Otávio de Azevedo e outros ex-executivos ligados à construtora afirmaram que o dinheiro que irrigou as contas da campanha de Dilma em 2014 teve origem em propinas recebidas no petrolão, os processos que tramitam contra a petista no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) terão que investigar a origem ilícita dos recursos.

Os executivos da segunda maior empreiteira do país são os primeiros a vincular propinas por obras públicas às doações legais para para campanha de Dilma, o que já havia sido mencionado por operadores do esquema.

As informações sobre a delação de Azevedo foram divulgadas pelo jornal "Folha de S.Paulo" e uma planilha entregue à Polícia Federal traz a relação de doações feitas em 2010, 2012 e 2014. Entre os valores listados, cerca de R$ 10 milhões teriam ido para campanhas de Dilma, vinculados a contratos com obras públicas superfaturadas.

Já o jornal "O Globo" publicou que Azevedo disse que parte do dinheiro repassado teria como origem obras superfaturadas para a construção do Complexo Petroquímico do Rio, de Angra 3 e da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A delação também faz referência a irregularidades em obras para estádios da Copa do Mundo, em 2014, como Maracanã (Rio), Mané Garrincha (Brasília) e a Arena Amazonas (Manaus) – neste caso, estariam vinculadas a político do PT e do PMDB.